por Alberto Ronconi
O livro "O Senhor de Sándara" (pág. 221), de González Pecotche, apresenta um método peculiar de modelar o super-homem - conceito popularizado por Nietzsche, mas abordado por vários outros autores, como Dostoiévski. Recomenda o livro que criemos um personagem arquetípico (que poderia ser nós mesmos), para então o induzirmos a realizar gestos virtuosos e sair-se bem das situações em que se coloque. Depois o comparamos conosco mesmo e decidimos se devemos imitá-lo. Fazendo eu esse exercício, o super-homem:
Possui um objetivo geral na vida (como trabalhar pelo crescimento, tanto
próprio quanto alheio). Tem também sub-objetivos, um para cada área da
vida. Sabe em linhas gerais o que pretende da vida profissional, da
cultural, da de relação com os amigos, da familiar.
Ė dotado de uma porção de autoconfiança a priori, ou seja, não sofre
do medo do ridículo em relação àquilo que manifesta ou apresenta. Sabe
que, se o que fez der errado, não havia mesmo outra maneira, pois aquela era a melhor maneira que podia agir.
Não sofre por antecipação, pois controlado pela sua imaginação viveria sempre as
piores situações. Não fica ansioso por rastrear como vai a vida dos
outros, temendo encontrar a felicidade e o sucesso que não vê na sua.
Pois sabe que uma experiência tem significado diferente para cada um, e
preocupa-se em recolher e aprimorar aqueles consonantes consigo
próprio.
Consegue perceber o mundo à sua volta de maneira integrada,
relacionando situações distantes mas semelhantes, e constantemente usa o
que observa do mundo, dos indivíduos e da sociedade como gatilho para
ideias criativas e produtivas. A cada fato que vive, relaciona
automaticamente com o que já viveu, com o que pensa e com o que pode ser
pensado.
Consegue agir prontamente, tempestivamente. Não sofre da paralisia
inicial, que muitas vezes torna a ação desnecessariamente tardia e
ineficiente.
Está bem consigo mesmo, satisfeito com a intensidade
e veracidade de suas atitudes. Percebe que em essência ė a mesma pessoa
diante dos diferentes grupos com os quais convive.
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