Essas dúvidas [sobre a decisão de sair da engrenagem] invadem
a mente quando não há nada a ocupá-la. Pense em uma hora em que você se sinta
100% vivo e concentrado. É provável que seja uma hora em que você tenha estado
completamente focado em algo externo: algo ou alguém. Esporte e sexo são dois
grandes exemplos. Faltando um foco externo, a mente volta-se para si mesma e
cria problemas para serem resolvidos, mesmo que os problemas sejam indefinidos
ou desimportantes. Se você encontrar um foco, um objetivo ambicioso que pareça
impossível e force você a crescer (experiência máxima da hierarquia das
necessidades de Maslow), essas dúvidas desaparecem.
No processo de procurar um novo foco, é praticamente
inevitável que as “grandes” questões apareçam. Há uma pressão onipresente dos
pseudofilósofos para deixar de lado o impertinente e responder ao eterno. Dois
exemplos populares são “qual o sentido da vida?” e “qual é o ponto disso tudo?”.
Há muitas outras, das mais introspectivas às ontológicas,
mas tenho uma resposta para praticamente todas elas – simplesmente não respondê-las.
Não sou niilista. Na verdade, passei mais de uma década
investigando a mente e o conceito de sentido, uma busca que me levou dos
laboratórios de neurociência das melhores universidades a instituições religiosas
mundo afora. A conclusão, depois de tudo, é surpreendente.
Estou 100% convicto de que a maior parte das grandes
questões que nos sentimos compelidos a enfrentar – legadas através de séculos de
pensar excessivamente e traduções ruins – usam termos tão indefinidos que
tentar respondê-las é uma completa perda de tempo. Isto não é deprimente. É
libertador.
Pense na pergunta das perguntas: Qual é o sentido da vida?
Se pressionado, tenho apenas uma resposta: é o estado
característico ou a condição de um organismo vivo. “Mas isso é apenas uma
definição”, retrucará quem perguntou, “não é isso que eu quero dizer.” O que
você quer dizer, então? Até que a pergunta esteja clara – cada termo nela bem
definido -, não há por que respondê-la. A pergunta sobre o “sentido” da “vida”
é irrespondível sem uma elaboração posterior.
Antes de gastar tempo em uma pergunta estressante, grande,
ou qualquer outra coisa, garanta que a resposta para as duas perguntas a seguir
seja “sim”:
1. Defini um único significado para cada termo
nesta pergunta?
2. Uma resposta para esta pergunta pode ser posta
em prática para melhorar as coisas?
“Qual o sentido da vida?” falha em ambas as perguntas. Questões
sobre coisas além de sua esfera de influência – como “E se o trem atrasar
amanhã?” – falham na segunda e, por isso, merecem ser ignoradas. Se você não puder definir ou não puder
agir, esqueça. Se você aprender apenas isso com este livro, você estará
entre o 1% mais realizador no mundo e manterá a maior parte do estresse
filosófico para fora de sua vida.
Afiar sua caixa mental de ferramentas práticas e lógicas não significa se tornar um ateu ou
agnóstico. É não ser burro e não ser superficial. É ser inteligente e
direcionar os seus esforços para onde possam fazer a diferença para você e para
os outros.
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