segunda-feira, 3 de abril de 2017

O sentido da vida segundo Tim Ferris

Fonte: Trabalhe 4 horas por semana, p. 322

Essas dúvidas [sobre a decisão de sair da engrenagem] invadem a mente quando não há nada a ocupá-la. Pense em uma hora em que você se sinta 100% vivo e concentrado. É provável que seja uma hora em que você tenha estado completamente focado em algo externo: algo ou alguém. Esporte e sexo são dois grandes exemplos. Faltando um foco externo, a mente volta-se para si mesma e cria problemas para serem resolvidos, mesmo que os problemas sejam indefinidos ou desimportantes. Se você encontrar um foco, um objetivo ambicioso que pareça impossível e force você a crescer (experiência máxima da hierarquia das necessidades de Maslow), essas dúvidas desaparecem.

No processo de procurar um novo foco, é praticamente inevitável que as “grandes” questões apareçam. Há uma pressão onipresente dos pseudofilósofos para deixar de lado o impertinente e responder ao eterno. Dois exemplos populares são “qual o sentido da vida?” e “qual é o ponto disso tudo?”.

Há muitas outras, das mais introspectivas às ontológicas, mas tenho uma resposta para praticamente todas elas – simplesmente não respondê-las.

Não sou niilista. Na verdade, passei mais de uma década investigando a mente e o conceito de sentido, uma busca que me levou dos laboratórios de neurociência das melhores universidades a instituições religiosas mundo afora. A conclusão, depois de tudo, é surpreendente.

Estou 100% convicto de que a maior parte das grandes questões que nos sentimos compelidos a enfrentar – legadas através de séculos de pensar excessivamente e traduções ruins – usam termos tão indefinidos que tentar respondê-las é uma completa perda de tempo. Isto não é deprimente. É libertador.

Pense na pergunta das perguntas: Qual é o sentido da vida?

Se pressionado, tenho apenas uma resposta: é o estado característico ou a condição de um organismo vivo. “Mas isso é apenas uma definição”, retrucará quem perguntou, “não é isso que eu quero dizer.” O que você quer dizer, então? Até que a pergunta esteja clara – cada termo nela bem definido -, não há por que respondê-la. A pergunta sobre o “sentido” da “vida” é irrespondível sem uma elaboração posterior.

Antes de gastar tempo em uma pergunta estressante, grande, ou qualquer outra coisa, garanta que a resposta para as duas perguntas a seguir seja “sim”:

1. Defini um único significado para cada termo nesta pergunta?
2. Uma resposta para esta pergunta pode ser posta em prática para melhorar as coisas?

“Qual o sentido da vida?” falha em ambas as perguntas. Questões sobre coisas além de sua esfera de influência – como “E se o trem atrasar amanhã?” – falham na segunda e, por isso, merecem ser ignoradas. Se você não puder definir ou não puder agir, esqueça. Se você aprender apenas isso com este livro, você estará entre o 1% mais realizador no mundo e manterá a maior parte do estresse filosófico para fora de sua vida.

Afiar sua caixa mental de ferramentas práticas e lógicas não significa se tornar um ateu ou agnóstico. É não ser burro e não ser superficial. É ser inteligente e direcionar os seus esforços para onde possam fazer a diferença para você e para os outros.

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