sábado, 20 de setembro de 2025

Muito autor para pouco tempo coletivo disponível?

O que os professores mais querem são alunos atentos, receptivos à sua proposta pedagógica, e que fiquem satisfeitos com sua cuidadosa didática. Que maravilha uma plateia ouvindo atentamente suas teorias, piadas e reclamações

O que os músicos querem é que o público entre em êxtase coletivo ao som de sua música. Prova desse desejo é a imensa concorrência para ser gravado e ouvido

O que os escritores querem é que leitores passem horas imersos no mundo que criaram, e fiquem maravilhados com suas analogias perspicazes. Muitos autores dispendem consideráveis valores do próprio bolso em autolançamentos não solicitados

O que os Youtubers querem, além do dinheiro, é que o máximo possível de pessoas fique até o fim do vídeo e achem seu conteúdo útil

O que os podcasters querem é que os ouvintes dediquem horas para escutar atentamente suas intermináveis conversas


Talvez a produção de conteúdo seja muito mais prolífica do que a necessidade da humanidade

Tudo isso é apenas vaidade?

É uma necessidade de deixar um legado objetivo que transcenda o tempo da vida daquele que se expressa?

É para tentar estabelecer uma conexão com as pessoas, de forma que elas sintam o mesmo prazer que o criador do conteúdo sentiu durante o processo de criação?

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Como satisfazer a necessidade humana de expressar sua criatividade, se não há como todo mundo ter um público?

Produzir uma obra considerando que jamais será conhecida por nenhuma outra pessoa é algo válido, ou um ato absurdo?

Do ponto de vista do consumo de conteúdo, é melhor se dedicar às obras canônicas, que são antigas e universais? Ou é mais significativo se dedicar aos conteúdos produzidos por pessoas contemporâneas e locais, muitas vezes conhecidas, ainda que não atinjam o mesmo nível de profundidade dos clássicos?


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