segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Consumo na justa medida

por Alberto Ronconi


De acordo com o hedonismo da Grécia antiga, a felicidade se encontra no prazer, que é o bem supremo da vida humana. Já para o estoicismo, também no conceito grego, a felicidade está no exercício constante da virtude, que é definida como a indiferença (à riqueza e à pobreza, às honras e à obscuridade, ao prazer e ao sofrimento). Os estoicos pregam que se viva de acordo com a lei racional da natureza, com uma apatia em relação a tudo que é externo ao ser.

Certamente o homem deve consumir num padrão intermediário entre a busca incessante pelo prazer material e a indiferença a qualquer bem de consumo.

Comprar de menos priva o ser humano de experiências, de conhecimento, de oportunidades.

Comprar demais atenua e até anula o prazer, transformando-o em obrigação e vício.

Mas então qual a medida ideal para o consumo?

Quando compramos pela primeira vez uma viagem para um lugar totalmente desconhecido, isso nos causa profundas impressões. Se formos de novo, o impacto será muito menor.

Se comemos um prato desconhecido e sentimos um sabor inteiramente novo, nosso conhecimento se amplia. Nas próximas vezes o impacto não será o mesmo. Inclusive se insistirmos na experiência repetidas vezes, só haverá rotina, e o prazer não terá lugar.

É imprescindível observar que a posse de bens ou a realização de atividades em excesso sem dúvida impede o homem de focar em si mesmo, sua atividade mais importante.

Dessa forma, o resultado pode ser maximizado se o consumo for amplo mas em quantidades pequenas.

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