sábado, 9 de junho de 2012

Fábula - À própria sorte

Há 13 bilhões de anos nenhuma entidade divina interfere no mundo. As condições iniciais foram dadas, algumas poucas constantes fundamentais da Física foram ajustadas, e o resto avançaria por si só. Em algum momento seriam formadas galáxias, sistemas planetários, mundos habitáveis. E depois, com probabilidade estatisticamente relevante, a matéria viraria vida e esta gradualmente adquiriria inteligência, até conseguir perguntar de onde veio e para onde vai.

Era esperado que mil teorias fossem propostas para explicar origem e destino do mundo, mas as equivocadas implacavelmente ruiriam com a ação do tempo, por longo que fosse. Nunca haveria oficialmente o certo ou errado, mas se chegaria a maneiras de viver com menos sofrimento e de evoluir com eficiência. Quando os seres inteligentes decidissem se aventurar, poderiam ganhar controle sobre as leis a que sempre estiveram sujeitos. Experimentariam reprogramar ao mundo e a si mesmos para atender a seus interesses, e para imprimir sentido às suas vidas. Quando conseguissem ser como deuses, imortais e capazes de criar mundos, sua expressão máxima teria sido alcançada.

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