quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ter ou ser? (revisitado)

por Alberto Ronconi


O lema da atualidade é: não acumular coisas, mas sim experiências. O importante não é mais ter, e sim ser.

Mas quais são as experiências que realmente valem a pena?

Preciso pelo menos uma vez na vida:
  • pular de paraquedas
  • tomar café num boulevard em Paris
  • visitar as pirâmides do Egito
  • curtir uma balada em Barcelona
  • passear com os amigos na Disney
  • comer gafanhoto no palitinho 
  • assistir a uma peça de Shakespeare
  • ouvir uma orquestra sinfônica internacional
  • ver todos os filmes do Fellini
  • ir ao Rock in Rio
  • presenciar uma corrida de F1
  • fazer aula de mergulho
  • voar de helicóptero
  • dirigir uma Ferrari
  • realizar uma fantasia sexual maluca
  • ir a todos os jogos do meu time em uma temporada
  • experimentar whisky 30 anos

É um engano achar que essas serão as "experiências da vida", que ampliam a visão de mundo e nos tornam pessoas "viajadas" ou "vividas". Pode ser que isso seja o consumismo de sempre - necessidades criadas por campanhas de marketing do século XXI.

Existem coisas muito mais complexas e profundas para se fazer, que em geral não requerem viagens para lugares distantes ou grandes dispêndios. Tocar em uma banda. Conseguir escrever uma poesia. Identificar os diferentes tipos psicológicos e conseguir fazer uma "penetração mental" nas pessoas. Conseguir fazer com que os outros se sintam à vontade quando estão conosco. Ser capaz de proferir um discurso. Compreender os fundamentos da física do nosso universo. Conhecer os grandes períodos da história do mundo e buscar entender o que motivou os indivíduos em cada época. Conhecer as próprias deficiências e as próprias possibilidades. Ser capaz de viver conscientemente. Ser forte o bastante para aproveitar os prazeres físicos sem se entregar a nenhum vício, como a comida, preguiça, etc. Sentir prazer ao apreciar arte. Encontrar o sentido da própria vida.

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