sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Da não conservação do sofrimento

por Alberto Ronconi


Definamos o conceito de bem-estar. No nível máximo possível significa felicidade plena e total. No nível mínimo representa sofrimento total.

Nosso bem-estar costuma oscilar durante a vida. Temos momentos de alguma felicidade, outros de pequenos sofrimentos, alguns de grande alegria, etc. Algumas pessoas parecem passar mais anos de suas vidas com o bem-estar alto do que outras. Isso é justo?

Será que o bem-estar no longo prazo tende para uma média que é igual para todos? Quem tem um baixo nível hoje será recompensado com um alto nível amanhã? Quem sofre hoje está guardando créditos em sua conta-corrente cósmica para desfrutar amanhã? E quem está sempre bem está fadado a sofrer amanhã?

Provavelmente isto não é válido. Não é como hoje passar fome para guardar dinheiro e comer em dobro amanhã.

Uma pessoa pode cometer erros inconscientes que a levem a ter uma vida majoritariamente de sofrimento. E esse bem-estar em baixa não significa de forma alguma que amanhã as coisas se inverterão. Mantidos os mesmos erros, e ausente uma força que leve aos acertos, o sofrimento pode perdurar. É como um custo afundado; o que passou não pode mais ser mudado, só resta pensar no bem-estar de amanhã, e lamentar pelo passado só postergará ainda mais o início dos esforços para aumentar o bem-estar do futuro.

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