quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Gostamos de resolver problemas

por Alberto Ronconi


Por que quando temos todas as condições favoráveis, como comida infinita, moradia, segurança e estabilidade, uma das coisas que mais nos dá prazer é resolver problemas?

Muitos cientistas são movidos a isso. A física, a engenharia, a matemática, dentre tantas outras ciências, devem boa parte de sua evolução a essa característica do ser humano.

Nem importa tanto o impacto real que a solução do problema terá no dia a dia das pessoas, mas só o fato de se pensar durante um longo período sobre um assunto complexo e chegar a uma solução que antes não existia para nós e na qual tudo se encaixa já é grande fonte de prazer.

Será que os problemas são só um combustível que nos move, e reagimos a ele da mesma forma que o dependente em relação ao vício? Será que somos usados por essa satisfação que temos, unicamente para propagar nossos genes?

Há validade em criarmos problemas artificiais, apenas para experimentarmos o prazer de resolvê-los? Parece que sim, pois os jogos de videogame (especialmente quando se joga sozinho) se encaixam perfeitamente. Bem como os quebra-cabeças, palavras cruzadas, etc. Também deve ser por isso que quem é rico busca ainda mais riqueza, pois a criação e evolução de empresas representam complexos e intrincados problemas a serem resolvidos.

A questão que fica é: faz sentido resolver problemas como fim da existência, e não como meio para descobrir um eventual verdadeiro fim?

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