quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Teoria do gás

por Alberto Ronconi


Quando se injeta gás num recipiente, ele se expande até ocupar todo o espaço disponível. Se o recipiente aumentar de tamanho, o gás prontamente preenche o volume adicional.

Pode-se estender essa teoria para nosso comportamento do dia-a-dia. Cada um pode ter uma tendência maior para um caso específico dela, mas em todos se encaixa o rótulo de bitolado. Com isso temos a teoria do gás aplicada a:

  • finanças: encontramos utilidade para aplicar todos os recursos que temos. Se nossa vida já é como sonhamos um dia e ganhamos um aumento de salário, logo adquirimos necessidades de outro patamar de padrão de vida, como uma residência mais luxuosa ou uma casa na praia.
  • trabalho: suponha uma dona de casa perfeccionista que às 14 horas já terminou todas as tarefas previstas e a próxima atividade será só às 18 horas. Se ela não tiver outros afazeres pessoais, acabará procurando mais coisas para limpar, vai criar novas maneiras de organizar as co isas, etc., de forma que só se sinta bem se trabalhar ininterruptamente para evitar o ócio.
  • tempo: se de repente nos sobra um tempo livre porque deixamos de ter uma ativiade fixa, logo surge um incômodo, e a necessidade impulsiva de preencher esse tempo. "Acho que vou aprender italiano", ou "vou aproveitar esse horário para fazer uma nova faculdade" podem ser frases comuns. Assim não nos sentirmos mal por estarmos parados, mas também não nos damos a oportunidade de ter tempo livre para criar, pensar.

Nos sentimos mal quando já cumprimos nossa meta e ainda restam recursos disponíveis. Parece que não fizemos as coisas da melhor maneira possível. Corre esse risco quem trata as tarefas acessórias como fim, e não como meio.

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